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segunda-feira, 26 de março de 2018

Portugal tem Férias na Páscoa

março 26, 2018 0 Comments



Chegou a segunda-feira, e com ela o início das férias de Páscoa. 🐰🐰
Pois é, em Portugal, o feriado cristão é um dos mais importantes do país. Nesse período, as crianças ganham um "folga" de duas semanas da escola e aqui em Braga,  por exemplo, a cidade já está toda enfeitada para diversas festividades, além de ter muitas atrações para as crianças.
Muitas famílias conciliam férias do trabalho e aproveitam para viajar juntos nessa época também. Uma boa opção, com certeza.
Mas nem sempre é possível, como é o meu caso, então o jeito é planejar alguns dias de diversão por aqui mesmo. Afinal de contas, férias não combina com crianças em frente a uma televisão durante o dia todo.
  Pode ser por conta própria, com passeios ao ar livre, nos parques, shoppings ou em diversos centros de estudos, ateliês de férias, museus e teatros também. Sem falar nas atrações de Páscoa nas ruas, claro.

Eu já entrei no ritmo e fui a caça dos melhores programas para entreter meu pequeno nesses dias. Escolhi então alguns que me pareceram bem interessantes e vou dividir com vcs aqui.
 Chegou a hora de se organizar para levar os miúdos para gastar esse tanto de energia que eles tem.São de todos os gostos e para todos os bolsos.  
Anota aí as dicas então para dar um toque de animação nessas "mini férias" da criançada.

Projeto Expressar 
Férias de Páscoa no Museu dos Biscainhos. Oficinas de férias com jogos tradicionais, contos, artes plásticas e muito mais.
Duração: de 26/3 a 6/4/2018, das 9h as 17h30.
Mais informações, clique aqui.

No Museu dos Biscainhos ainda tem algumas atividades avulsas:

Decoração de Ovos de Páscoa
Dia 29.03 - das 14:30 às 16:00
Idades: dos 3 aos 12
Preço: 4 Euros / participante - mínimo 10

Caça ao Tesouro - Museu D. Diogo Sousa 
Dia 30.03 - das 14:30 às 16:00
Idades: dos 6 aos 14
Preço: 3,5 Euros / participante - mínimo 10

Theatro Circo

Dia 28.03
Construção de Jogos Tradicionais em madeira (Dominó, Jogo do Galo, Jogo de Memória), com ilustrações personalizadas pelos participantes com pormenores do Theatro Circo.
Das 10h-12h / 14h45-17h45
Crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos 

Dia 29.03
Realização de um painel de Azulejaria tendo como base um dos espaços do Theatro Circo.
Das 10h-12h / 14h45-17h45
Crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos
Mais informações, clique aqui.



Casa do Professor e Criactiv (Braga)
O Campo de Férias da Casa do Professor junto com os Estúdios Criactiv proporciona dias de muita criatividade e imaginação. Dias com dança, trampolins, ginástica, yoga, culinária e muito mais.
A programação vai de 26/3 a 6/4/2018, das 9h as 18h.
Mais informações, clique aqui.



CEA - Conhecimento Expressão Arte‎ (Braga)
Tem mais atividades criativas na Escola de Ensino Artístico, que reúne atividades de música, teatro, ateliê de artes, e muito mais.
Duração: de 26/3 a 6/4/2018.
Mais informações, clique aqui.



Diagonal - Centro de Aprendizagem
Na última semana das férias, ainda tem muito o que se fazer no Centro de Estudo Diagonal, com passeios ao Sea Life, cinema, Bownling, entre outros.
Duração: de 03/04 a 6/4/2018.
Mais informações, clique aqui.



Happy Code
Para os que não largam o computador, a Happy Code programou dias que inclui cursos intensivos de Minecraft Moding e YouTuber. O programa inclui um dia completo com outras atividades também.
Mais informações, clique aqui.




Querem mais dicas? 
Conheçam também o instagram RoteiroKidsBraga, clicando aqui.
Aqui tem atividades de todos os tipos e para o ano todo.






quarta-feira, 21 de março de 2018

Uma língua, muitas diferenças.

março 21, 2018 1 Comments


Você já está um tempo em Portugal e ainda tropeça nas palavras do Portugês daqui?
 Não se sinta mal, é normal. 
Ou vai ser normal pq eu quero me convencer disso também. 😅

Prestes a completar um ano em terras lusitanas e eu continuo não entendendo aquele "português raíz" que puxa um sotaque violento e "come" algumas letras. Sem falar que não me acostumo com algumas expressões e palavras que eles usam costumeiramente por aqui. 
Eu já fiz um post sobre isso e enfatizo aqui, o vocabulário português é bem diferente do nosso. Venha preparado para fazer muito "OI?"(eles adoram quando falamos rs), "Hein?!", entre outros, de acordo com sua região do Brasil rs. 
Muitas palavras são distintas ou possuem significados diversos e que facilmente podem criar mal-entendidos. Nesse período que estou aqui já passei por diversos momentos marcantes que ficam para história e meu aprendizado pessoal.

Sem falar que jpa passei por várias fases e reações sobre esse tema.
Já teve a época de: 
👉Estranhamento, do tipo não sei o que eles estão falando, socorro!
👉Achar engraçado. "Jura que significa isso? Que legal!"
👉Tomar um implicância em algumas ocasiões. "Ah pára, pq tem que falar assim? Não era mais simples desse jeito?"
👉Achar que não vou me acostumar mesmo. "Vai, eu não vou falar desse jeito não. Respeito, mas não me parece muito normal".
👉Misturar tudo em uma conversa. 
👉Repetir sem sentir.
Acho que eu ainda intercalo as três últimas.

A verdade é que estamos aqui e decidimos por isso e uma escolha por mudança vem acompanhada de....de..de... MUDANÇAS! tcharãam...é aprendizado atrás de aprendizado, mesmo que aparentemente mínimo, em relação a outros países. 
E claro, que faz parte desse processo sentir as diferenças, vivê-las aos poucos, ir se acostumando e entender que é assim aqui e pronto. Eu sou super a favor do "quem sai do seu país é quem tem que se adaptar a ele, não ele a você", mas eu vivo a me acostumar (ou não) com diversas situações. Ah e aproveito para vir contar aqui. Vamos ver se alguém se identifica.

Sobre situações que representam AINDA minha falta de "habilidade" com o Português de Portugal.

➤ Meus primeiros meses aqui se resumiram a perguntar mil vezes para entender e quando não entendia eu sorria e seguia.
Na primeira reunião de Pais na escola do meu filho não foi diferente. Tinha lá os representantes da Junta de Freguesia, que claro que eram os "português raíz", sotaque carregado, falam rápido e usam das expressões mais tradicionais posíveis.  É Claro!
 Resultado: Só dava eu levantando a mão para tirar dúvidas, entendendo uma boa parte das respostas (pq já havia lido sobre o assunto) e deixando algumas coisas sem perguntar pq já estava demais mesmo. Eu ia ler mais em casa e pronto.
E para fechar esse dia, eu preciso confessar que até hoje eu não sei o nome da professora do meu filho. Que vergonha, eu sei. Mas ela disse, repetiu, eu sorri, repetiu e eu... desisti.
 Depois de um tempo eu perguntei ao meu filho e pelo visto nem ele sabia.  Não sei se fiquei preocupada ou aliviada. Deixa pra lá! rs
Outra reunião dos pais, não pude comparecer, meu marido foi. Pergunto para ele, e ele me fala um monte de nomes mas nada parecido com o que eu "achava" ser o da educadora.
Conclusão 1: Família unida sem entender, permanece unida.
Conclusão: Acho que a professora reformou e entrou uma outra pessoa. Não conheço ainda mas já a considero muito.  
Até pq o nome dela é FÁTIMA!!! Ufa!

➤Filho na escola, muitos aprendizados, aquele sotaque surgindo (coisa mais fofa!), e claro... começa a mania de consertar a mamãe. "É castanho que se fala, mãe. Não marrom." 
Aquela conversa no pé do ouvido para explicar que não estou errada (brincadeira hahaha).
 "Filho, você está certo que aqui é castanho. Mas lá no Brasil se fala assim". Pronto, ele entendeu, e agora não tem mais correção né? Errado. 
Ele agora mudou o discursso. "Mãe, em Portugal é assim que se fala ..." 
OK. Dou um sorriso e falo "ah, tão poliglota". E seguimos.

➤ Ainda sobre os aprendizados na escola. "Mãe, tenho uma música nova. Vou cantar para você"...e começa.... ♬♬♬♬♬♬
No fim: "Ah filho, que lindo.", digo eu e logo em seguida corro em direção ao computador para colocar no google algumas palavrinhas (ô danadinhas) que não faço ideia do que significa. 😏
Ainda bem que a música era da escola e só tinha palavras bonitas mesmo.
Continuamos seguindo!

➤ Rifa da escola, festinha de fim de ano, uhuu!!..adoro! 
E entre os prêmios, bicicleta (BOA!), curso de informática (FIXE! muito portuguesa eu), camisola do Braga (não é roupa de dormir mas essa eu conheço, Há!) e então para finalizar, a palavra "Cabaz". 😨 Tinha que ter né. Fui ao google mais uma vez. Pronto! Ah, e aham, seguimos. 
Camisola = blusa
Cabaz =  é tipo uma cesta (que deve vir algo dentro, ou não rs)

➤ Ir ao mercado é uma das coisas que aprendi a gostar quando cheguei aqui. Gosto mesmo!
Tirando a parte das carnes.Comprar carne me deixa confusa demaais. 
Deve ter uns 15 cortes de carne diferentes, são tantos nomes e alguns até parecidos poréeem que não são a mesma coisa, claro.
Ah  eu sempre me enrolo para entender qual é a que quero, se são adequadas para o que vou cozinhar. Na maioria das vezes eu pulo essa parte mesmo, compro um peito de frango, peixe, qualquer coisa que não me faça ter que ficar ali horas a explicar o que quero. Tô quase fazendo um curso intensivo sobre as partes do corpo do boi por aqui.

❃❃ Por fim, tem algumas palavras e expressões que não acostumei de jeito nenhum. (Eu sei, um dia vai né). Algumas delas são:
 ➡ Meu filho falar "Adeus" quando se despede. 
Que isso, gente? Muita despedida para meu coraçãozinho (hahaha). A verdade é que aqui é super normal e cotidiano, enquanto para gente é quase um "até nunca mais", ou quase um "vou morrer". Me dá angustia ainda.
➡Não sei pedir água gelada. Primeiro pq que aqui não existe água gelada. É fresca. 
O tempo tá tipo 0 graus...tá fresco. 
Na carne do mercado vem escrito "frescura da semana". 
Treino minha maturidade aqui todos os dias.
➡ E o "com licença" na hora de desligar o telefone? 
Com Licença!
Toda!? Sei lá o que falar. 
Beijo? Ah, não sei. 
Que difícil, gente! 

E vocês, já passaram ou ainda passam por situações como essas? 
Me contem aqui. 
Vamos compartilhar! 

sexta-feira, 16 de março de 2018

5 coisas (ou mais) que "estranhei" nas escolas de Portugal

março 16, 2018 2 Comments



Quando se muda para um outro país com crianças, a adaptação ao ambiente escolar é com certeza uma das maiores preocupações. “Será que o meu filho vai se adaptar?”, Será que vai fazer amigos?”, “ E se sofrer preconceito por ser estrangeiro?”. Essas e outras perguntas são muito frequentes na cabeça de nós pais, principalmente na minha de super neurótica mãe dramática.
A verdade é que eu estava muito ansiosa e preocupada com esse início pois só pensava na "graaande mudança de ritmo e rotina que aconteceria na vida dele".
 Mudamos para um outro país, era uma escola completamente nova e diferente, nova professora, novos amigos e "uma  quase nova língua". Ó pobre criança! 😅
Eu costumava recordar com ele dos bons momentos vividos na escola anterior, os amigos e as atividades que ele fazia por lá. Para mim, falar sempre de forma positiva desse prepará-lo para sua nova vidinha por aqui. Mas eu tentava de tudo mesmo era não projetar a minha ansiedade nele. 

No fim, o primeiro contato dele com a escola foi ótimo e rapidamente ele já estava inserido no novo contexto escolar que tanto me preocupava. É claro que cada criança reage de uma forma mas de uma forma "quase geral" o novo mesmo está nos nossos olhos. Então é claro, que a maior adaptação, mais uma vez, foi toooda minha. 
 E é sobre isso que eu vim falar. Vou contar aqui no post um pouco do que descobri de diferente (PARA MIM) nas escolas em Portugal (Braga, cidade que vivo), além de relatar todas as "bolas foras" que dei por não estar acostumada com essas "novidades" que a vida acadêmica do meu filho me proporcionaria.

1 - Crianças no infantário estudam em turmas mistas
Aqui em Portugal, o aluno tem a obrigatoriedade de frequentar a escola a partir dos 6 anos de idade mas é muito comum que os pais que trabalham coloquem seus filhos em um infantário logo cedo, e o que acontece? As creches, infantário ou creche-escola formam turmas mistas (idades variadas) para um ensino compartilhado. Bem, eu não sei se é em tooodas as escolas do país, mas as cinco que visitei tinham esse mesmo método, por isso falo do que vivenciei.
Eu confesso que, de início, isso me causou um certo "estranhamento". Perguntas como "Será que ele vai regredir?" "Como vai ser o desenvolvimento dele com esse método?" pairavam na minha cabeça.
E foi só durante a primeira reunião dos pais que consegui entender melhor e enfim visualizei um pouco mais do que seria esse "tempo dele na escola" e foi aí que fui me acostumando com a ideia.
A educadora, na época, frizou muito sobre ser tempo de sociabilizar e brincar para eles, o que de fato fazia todo o sentido na nossa situação já que  ainda passávamos pelo período de adaptação com o novo local que vivíamos.
 Sem falar que desde então observo nele um sentido de responsabilidade com crianças mais novas que ele. Um "ensinar" e um "ajudar" o amiguinho mais novo que não era de costume antes. Tanto que seus melhores amigos na escola tem menos idade que ele e fazem dele um "amigo exemplo". É a coisa mais linda! Uma face que ainda não conhecia dele e tenho achado ótima.



2- Não tem material escolar individual
Antes mesmo da primeira reunião escolar, eu já sabia que lista de material era algo bem singelo aqui. O que me pareceu ótimo, porém não me segurou de comprar umas coisinhas para ele, não é mesmo? NÃO. 😏
Então, tô me perguntando até hoje pq eu não esperei a tal reunião. 😒
A verdade é que não é que a lista seja singela, ela SIMPLESMENTE NÃO EXISTIA. Mais uma vez repito que isso pode variar de escola para escola, mas a maioria nesse período não se preocupa muito com material escolar individual do aluno mesmo.
No meu caso foi assim: no dia da reunião, eu ouvi da educadora a seguinte frase "todo material que usaremos a escola tem. Recebemos da junta e se for preciso algo durante o ano informamos depois". 
OI?? Todo? Pensei eu. Nãao, não é possível. Nem uma resma de papel? Canetinha com 12 cores? Lápis de cor JUMBO (hahaha, brincadeira)?
Vaai, o básico pelo menos, uma canetinha com teminha, lapis de cor, lápis de escrever, borracha fofinha e estojo eu vou comprar né. 
COMPREI.
E mais uma vez eu ainda me pergunto o porquê dessa mania.😏
Eu sei que ele levou o material que eu comprei por UMA SEMANA e voltou intacto da escola. Eu persisti. INTACTO AINDA.
Até que meu filho virou e disse "mãe, eu não uso nada meu na escola. Não pode. Tem que ser o da escola."
OK, estojo lindo com teminha fofo fica em casa agora. Ponto. Aprendi.



3 - Não tem agenda escolar
Sabe aquela comunicação com a escola, os recadinhos de reunião, das festinhas, algumas atividades extras, um comportamento estranho do seu filho ou até o surto de piolho? Não vem na agenda.
NÃO - TEM - AGENDA.
É que a maioria dos recados são passados para as crianças. Uma forma de passar responsabilidade e os tornarem mais independentes. TENDEU?
(E pensar que eu até hoje esqueço de dar recados para as pessoas.)
Eles também informam algumas coisas na hora de levar ou buscar a criança (principalmente quando você pergunta rs) ou eles mandam uma folha de recado solta que se perde na merendeira do seu filho. Quer dizer se perdia, pq eu aprendi a olhar a bolsa de comida toooda quando ele chega.
 Na bolsa de comida sim, no próximo item eu explico. 



4 - As mochilas ficam na escola
E por falar em recados perdidos na merendeira, chegamos ao ponto 4. Mais uma vez eu comprei tudo combinandinho para ele ir para escola, mochila que combina com merendeira, com o copinho, potinho pro lanchinho e blablabla. 
Primeira semana de aula: "Ué, cadê sua mochila?" "Tá, na escola, junto da minha bata. Ela fica lá" OK, mais um novidade para anotar.
Pois é, de segunda a sexta (as vezes fim de semana, quando não precisa colocar algo para lavar), ela fica na escola. 
E o que tem nela? Livros, cadernos, agendas? Não. Roupas para o caso de uma troca, quando ocorre aqueles "acidentes básicos" que toda criança costuma aprontar. E SÓ. Ele não vai com mochila, merendeira, tooodo fofo para escola mais. Entenda e aceite, Michelle.
Grata.


5 - Os lanches são "sugeridos" pela escola
No dia da reunião eu também fiquei sabendo qual lanche mandar para o meu filho. Sim, quem falou que tem o dia daquele biscoito recheado ou salgadinho? Tem não. (Eu sei, que bom né. Desculpa mundooo!)
No livrinho que recebemos vinha escrito, recomenda-se pão, frutas, biscoitos (tipo Maria) e iogurtes. Organizados pelas horas dos lanches e tudo. Poonto para eles! E um choque de realidade nos meus costumes alimentares nada questionáveis e mais um tapa para eu aprender a cuidar melhor da alimentação do meu filho. Valeu Portugal!
Ótimo né? Também achei. 
Mas eu confesso que as vezes tento variar com uma coisinha aqui e outra ali. Calma, só rola um "cream cracker" DE-LI-CI-O-SO de vez em quando tamém! rsrs. 
Todo dia vai quase a mesma coisa, juro. 
Uhum, eu ainda tenho muito que aprender, ai ai. 😕


** 6 - Ah ainda tem o fato das crianças não usarem uniforme e sim uma bata beeem, digaaaamos, huuuuum...não muito bonita. FALEI! 😅
Meu filho fica lindo? Sim, claro. 
Mas eu estranhei no início sim e ri um pouquinho também pq a maturidade ficou toda no meu filho. Hoje eu amo aquela roupinha e adoro vê-lo saindo da escola com a batinha. Tudo é uma questão de costume e entender que faz parte.

** 7- E por fim.... tchan tchan tcharãaaa....Meu filho não chama mais ninguém de tia na escola. 
"De quem você mais gosta na escola" "Fulana"... "Qual o nome da moça do almoço?" "Fulana"... 
Em pensar que no Brasil a gente, já barbado, chama até a moça do cachorro-quente que nunca vimos na vida de Tia.

E vocês, gostaram de todas as "coisas novas" que as escolas daqui tem? Curtiram de cara ou estranharam um pouco de início, assim como eu? 
Tiraram de letra? 
Me contem aí.


quinta-feira, 1 de março de 2018

Morar no exterior: prepare-se para a Saudade. Ou não.

março 01, 2018 0 Comments



Não, nem tudo são flores na vida de quem decidiu morar fora do país. 

Aproveitando o gancho de uma campanha bem legal no instagram, que eu já estou participando lá, chamada #portugalnareal em que mulheres (mães em sua maioria e que moram fora do país) contam um pouco como é "a parte dificil" de se viver longe, eu vim falar aqui também um pouco a parte não tão "glamourosa" de deixar seu país e viver nas "Zeuropas".

Minha história (resumida)
Eu, primeiramente, fujo um pouco da história do sonho de viver fora do país, que ouvi e li na maioria dos relatos da camapanha. Pois é, grande parte fala que era um sonho e um planejamento de anos ter saído do país. Comigo não foi assim. Eu sempre vivi muito enraizada, viajar para fora nunca encheu meus olhos e não era uma realidade na minha vida, de verdade. Nasci, cresci quase no mesmo local (mudei algumas vezes, mas quase num ciclo, quando casei voltei a viver no mesmo lugar de quando criança). E desde então, o local mais longe que tinha viajado tinha sido  João Pessoa, na Paraíba, a terrinha de mamãe. Na minha lua de mel conheci Porto Seguro, viajei a trabalho para São Paulo e para rever uma amiga que morava por lá, e curti o Espírito Santo na casa de uma prima também. Essas foram minhas andanças. E nos meus planos de passeio só dava o Brasil (queria e quero ainda conhecer todas a praias desse mundão chamado Brasil rs).

E então você me pergunta, como cheguei aqui? 
Pois é, em um relato bem breve, eu já falo que o sonho real era do meu marido. Sim, que por dois anos martelou na minha cabeça o quanto seria vantajoso mudar de país e viver um nova vida.
No início essa história não fazia muito sentido na minha cabeça e com isso, eu empurrei para frente essa "mudança", fugia de qualquer coisa que chegasse a esse assunto.
O fato dele ser neto de português incentivava ainda mais esse desejo nele, além de trabalhar remotamente, o que facilitaria viver em qualquer lugar desse mundo e ainda ter uma renda certa. Ainda assim parecia tudo muito arriscado e radical para mim.
Mas a verdade é que o tempo passava e essa história estava cada dia mais real nas nossas vidas e eu, começava a perceber que poderia ser uma boa escolha para nós.
Sem falar que  a situação no Rio de Janeiro, cidade em que morávamos, estava cada dia mais caótica. (Eu nunca pensei que pudesse piorar mais), o que só nos empurrava para isso tudo acontecer.
 E então, num belo dia (rsrs), eu resolvi acreditar, apostar nessa "novidade" e aceitei o desafio, caindo de paraquedas numa nova dimensão, chamada morar fora do país.
Foi tudo tão rápido que as vezes ainda acordo e penso "caraca, eu to aqui mesmo". SÉRIO. rs

Os dias até o "grande momento"
Minha ficha demorou a cair. Nem mesmo a ida do meu marido, que veio primeiro para cá, me fez acreditar que a mudança estava realmente prestes a acontecer.
Eu sempre acreditei que quando vou viver algo muito desafiador na minha vida eu me teletransportasse para um mundo paralelo e assim conseguia ir me adaptando para viver tal situação da melhor forma possível (hahaha, isso é  muito real para mim).
 Ahh eu disse diversos “até logo”, arrumei minha mala para uma nova vida sem ter muita noção do que viria pela frente.
 Eu vivi cada dia até a partida sem se quer pensar em como seria aqui. Parece loucura, mas as vezes eu sinto falta de umas coisas que não trouxe para cá pq eu simplesmente deixei la pq achei que não fosse usar aqui mas que é CLARO que usaria pq era para o dia a dia de uma vida normal (nesse momento eu tava em transe com certeza, minha mala era para passar dias rs).
Eu não me preparei para nada, eu simplesmente vivi o que estava previsto para mim e tenho feito isso cada dia da minha vida.
 Não sei se foi a melhor forma a se fazer, nem sei se daria certo para todos, mas o que posso afirmar é que para mim tinha que ser assim. E não me arrependo, eu agradeço até essa minha válvula de escape que usei para fugir dos momentos mais difíceis dessa escolha pq me fez ter coragem para encarar cada fase desse processo.

A mudança
A verdade é que gente enche o peito de coragem, recomeça longe de tudo e de todos que estava acostumado e vai aprendendo, já na chegada e sem muito rodeio, o significado de viver uma nova vida. E é aí que a saudade bate sem dó e faz até os mais resistentes se curvarem. 
E ela está em tudo que vem pela frente: está na música que você ouve, na foto que surge na nossa rede social, no áudio ou no vídeo (temido por mim no início e que ainda estou em processo de adaptação) do WhatsApp. Não dá para evitar, ela te acompanha no cheiro, num tempero (que não tem aqui), na roupa que você trouxe e te lembra algum momento, ela fica na bolsa para onde você vai. Aquela companheira inseparável que você vai ter que aprender a conviver. Nem que seja na marra. 

O Peso das Escolhas
O fato é que eu optei por morar fora. Eu saí e tenho que aceitar que na minha bagagem a saudade estará sempre ao meu lado e, que só cabe a mim não fazer disso meu grande fardo. Pelo menos não todos os dias.
Eu me dou o direito de ter dias que bate a bad sim mas logo no dia seguinte eu me recomponho, olho o lado positivo de tudo que já vivi por aqui e dou um passo a frente. Ah quantos aprendizados, oportunidades, e já penso no quanto eu tenho para viver ainda.  
Nessa vida, aprendi que é preciso ter sabedoria e discernimento para saber que tudo é uma fase e que tudo passa...até o dias ruins.
Viver um nova vida traz um gás novo, uma visão diferente, amplia seus horizonte mas é um batalha emocional sem fim. 

Respira e Vai!
Se eu disser que vai ser super tranquilo lidar com isso, não é verdade, mas somos nós que decidimos como conviver com nossas escolhas. E se essa foi a sua é importante encarar que isso é a vida, cheia de coisas boas e ruins. Estando longe ou perto. 
Aqui eu reclamo, sinto falta, me questiono...mas quando estava perto eu  fazia a mesma coisa. Faz parte. Esses momentos sempre virão e o jeito é aprender a lidar da melhor forma. Um dia de cada vez... um passo a mais.