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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Como é alugar casa em Portugal

fevereiro 20, 2018 0 Comments

Em Novembro do ano passado, fizemos nossa primeira mudança em terras lusitanas e só agora, depois de três meses morando aqui que conheci um pouco melhor dos arredores e também pude curtir a casa nova.  
A nossa mudança aconteceu tão rápido que as vezes nem acredito que conseguimos em uma semana empacotar tudo, levar para o apartamento novo e já começar a morar. E ainda deixamos a casa "ajeitada"  para a chegada dos meus pais, minha irmã e meu cunhada, que viriam nos visitar naquela mesma época. Nem acredito que deu tudo certo. Sério! (rs)

E nesse clima de mudança, que só agora tenho sentido de fato, eu aproveito para contar aqui um pouco sobre os processos burocráticos (ou não) na hora de arrendar (alugar) um imóvel aqui em Braga e para falar algumas curiosidades que aprendi durante esse período.
 Por fim, conto um pouquinho do que achei dos dois locais que morei.  Quem sabe ajudo de alguma forma quem ainda está na dúvida de onde ficar.

Como arrendar (alugar) um apartamento em Braga?
Alugar um apartamento é a principal e mais "dolorosa" tarefa por aqui (ou no mundo mesmo rs). Principalmente quando se é estrangeiro. Sim, eu sei que soa preconceituoso e que não se deve generalizar, mas a verdade é que muitos corretores ou o próprio dono do imóvel, só de perceber o sotaque diferente dificulta muito o processo para conseguir o arrendamento (alugar o local). 
Acredite, tem de tudo: pedem muito mais documentos que o necessário,  te cobram renda de mais de 6 meses até 1 ano (aluguéis adiantados), sem falar que o valor do aluguel pode ficar mais caro do que o anunciado, assim como um passe de mágica. Máaagica! 
Não são todos,claro, mas você pode encontrar coisas desse tipo com uma certa facilidade sim e é sempre bom está preparado para perceber que em todo lugar existem os seres sem luz e que usam de má fé, mas que não podem te fazer desanimar e desistir. Dá mole não!
O jeito é pesquisar beeeem, ter paciência nas procuras e muita disposição para correr atrás e achar o seu cantinho. Pq sim,você vai achar!
Mas uma coisa é certa é bom vir com algum dinheiro guardado e se planejar bem. SEMPRE!

Documentos necessários para alugar imóvel:
Seja alugando direto com o senhorio (proprietário) ou através de alguma imobiliária, é necessário:
- Documento de identificação (Passaporte, cartão de residência ou cartão cidadão)
- NIF (número do contribuinte) – equivalente ao CPF do Brasil.
- Dois aluguéis de adiantamento, sendo que um é o primeiro aluguel e o outro é o último aluguel que fica de garantia
- Um contrato de trabalho, ou algo que comprove seus meios de subsistência
- Na maior parte das vezes pedem um fiador, que em alguns casos pode ser substituído por mais um aluguel de adiantamento.

T0, T1, T2… oi?
Na hora de procurar um imóvel, é importante conhecer algumas siglas e denominações. Aqui em Portugal, por exemplo, os apartamentos de 1, 2 ou mais quartos são descritos pela letra "T". Sendo assim, um T1 se trata de um apartamento com 1 dormitório e por aí vai. Já o T0 poder ser considerado a nossa quitinete. Tem ainda o "T1+1", que quer dizer que há 1 quarto e mais uma dependência menor, que pode ser um escritório ou o “quartinho de empregada”. 

Mais curiosidades: 
Aqui ainda existem outras nomeações que não estamos acostumados a ouvir na hora de escolher um imóvel, que é:
Cave: Esse é mais comum em Lisboa, aqui em Braga é difícil de ver. São prédios mais antigos, que possuem andares subterrâneos do prédio. A cave fica um pouco abaixo do nível da rua. Apesar de serem apartamentos mais baratos, muitas pessoas não recomendam pois elas costumam ser bem úmidas, frias e escuras.  Ponto fraco disso é que com cômodos menos luminosos, os gastos na conta de luz são bem mais altos, sem falar que locais que não batem sol formam mofo.
R/C – Rés do chão: O rés do chão é um andar que não chega a ser o primeiro, mas já está um pouco mais alto do que o nível da rua. Pode ser o nosso térreo.

Há também diversas opções de casas para alugar também: com contas inclusas (água, luz e condomínio), sem mobília, com mobília e equipada (utensílios de cozinha, roupa de cama, etc). Claro que tudo isso pode influenciar no preço do imóvel, mas muitas vezes acaba compensando por ser mais prático, principalmente para quem vem estudar ou só para evitar aquelas mil compras de objetos para casa.
Se optar por alugar um imóvel vazio é comum encontrar ainda os termos “cozinha equipada” ou “cozinha semi-equipada”, que quer dizer que o apartamento (ou casa) pode conter frigorífico (geladeira), placa (espécie de cooktop), máquina de lavar roupas, louça e forno elétrico. Em muitos casos, eles também vem com um aparelho chamado “esquentador”, que pode ser a gás ou elétrico, que abastece o chuveiro e a placa da cozinha. No nosso primeiro apartamento já vinha também com o ar-condicionado (que servia para o verão e aquecia no inverno).

Freguesias (bairros) que morei  
Dois locais bem diferentes, com seus pontos fortes e pontos fracos (na minha humilde opinião).

São Victor - É um bairro bem conhecido,  mais "central" e "bem urbano" . O ponto positivo é que fica próximo de tudo:  shopping, cafés, do Centro. Se você vem morar em Braga e vem pensando em estudar, ou é jovem  e está em busca de agito, esse é o melhor lugar pois fica próximo da Universidade do Minho e é cercado de bares e restaurantes. Nele também tem uma concentração muito grande de Brasileiros, o que torna mais fácil a sociabilidade (ou não rs).
 É um local bem cheio e as vezes muito barulhento (rsrs). Eu confesso que até curtia essa movimentação pelas ruas e a proximidade de comércio mas por outro lado surgia os pontos negativos com todo esse "excesso" , que eram ruas mais sujas, menos cuidadas e com excesso de carros para todo o lado. Essa última era bem complicada, pois a simples missão de achar uma vaga para estacionar se tornava uma luta e as vezes levava horas, sem falar na quantidade de carro estacionado em locais proibidos, que dificultava muitas vezes andar pelas calçadas. 

Lomar  - É completamente o oposto, o que de início me deu um certo estranhamento. É um lugar mais pacato, me parece com um "Portugal mais tradicional", dos que via em filmes, do jeito que eu imaginava ser antes de vir para cá (rsrs).  Aqui é mais frequente as ruas de pedras, algumas vivendas, as muralhas e casas antigas (não velhas), dando um ar mais bucólico. É um local mais quieto e (para mim) mais aconchegante, apesar de as vezes sentir falta de ver gente e ir andando ao shopping (rs). 

A MUDANÇA - Saímos de um apartamento no 8º andar para um térreo e com garagem. Duas mudanças que fizeram a diferença para nós. PQ? O primeiro pq depois do nosso gato cair da janela (e sobreviver rs), a altura do ap era uma das coisas que mais nos incomodava e preocupava. Além disso  e principal, temos um filho de 5 anos e com criança pequena, morar em lugar alto era motivo de susto por nada. Era só não tê-lo a vista para o coração saltar.  E a garagem? Bem, para mim garagem deixou de ser "artigo" de luxo quando o frio chegou e eu ouvia meu miúdo reclamando que a mão dele tava congelando no caminho da nossa casa até aonde o carro estava estacionado. As vezes não conseguíamos estacionar na nossa rua, e esse caminho ficava ainda mais longo e sofrido tmb. Mesmo de luva, touca, armadura....rs
( Entao pra finalizar, eu deixo essa  dica importante para quando se está procurando imóvel para alugar: veja se existe um número muito grande de prédios em volta, pq o número de "vizinhança" é quase proporcional ao de carros que vai competir com vc  na hora de achar uma vaga na sua rua. Sim, pq uma coisa que descobri aqui é que português pode ter garagem mas ele gosta mesmo é de estacionar na rua. Ah, e Brasileiro tmb rsrsrrs. )

  


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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

10 coisas que aprendi morando fora do país

fevereiro 15, 2018 0 Comments

Nesse mês de fevereiro, completei 10 meses morando fora do Brasil. Pra mim parece que já faz uma eternidade. Não sei como explicar como o tempo passa tão rápido e nem percebemos.
Mas bem, a verdade é que é impossível viver essa experiência de morar fora, com suas vantagens e desvantagens, e não passar por muitas transformações. Nessa caminhada longe, uma simples convivência nos ensina um monte de coisa e a sensação é de que há sempre mais por vir.

Morar fora é um aprendizado constante e é por isso que resolvi publicar hoje 10 coisas que aprendi com a minha decisão de vir morar em Portugal.

1) Aprendi a viver minha vida. Já tinha ouvido dizer que não existe nada melhor do que sairmos da nossa zona de conforto ( viver na mesma cidade, bairro desde pequeno, perto dos amigos, da família), para crescermos de verdade. Comigo foi bem assim. No Brasil estava sempre rodeada de gente, tinha ajuda por todo lado, não precisava me preocupar com algumas coisas e deixava muita vezes o controle do que deveria ser feito por mim nas mãos de outras pessoas. Sair da "bolha" te faz perceber que temos muito que aprender, a fazer por nós, a quebrar a cara, e que o "se virar sozinho" é de fato SO-ZI-NHO. E que isso é bom e faz bem. Ah e ensina muito.

2) Aprendi a desacelerar. No Brasil, eu tinha pressa para tudo. Nunca gostei de esperar: eu como correndo (mesmo não tendo nada para fazer depois), falo e ando rápido e sempre tive muitas impaciência quando o atendimento em algum lugar era demorado. Até vir para cá e perceber que o ritmo de vida é outro. Sim, o garçom as vezes demora cinco minutos pra vir atender mesmo, outros cinco pra trazer o café, mais cinco para trazer a conta e nem sempre é mal atendimento. O-K! Respira e curte o momento. ( Ta bem, desacelerar ainda é um aprendizado para mim.)

3) Saber dar tempo ao tempo. Olha ele aí de novo (TEM-PO).Como falei no item acima, a pressa sempre me acompanhou. Além do corre-corre do dia a dia, eu tenho pressa de fazer e acontecer. Preciso ter tantos objetivos pessoais completos para ontem, mas morar no exterior me fez revisar conceitos e expectativas. Nem tudo é tão rápido quanto a gente gostaria. Prioridades precisam ser prioridades mesmo. Ao mudar de país, a vida tem uma espécie de corte, tudo é um começar do zero.
É preciso acreditar no destino e ter uma dose extra de paciência para aceitar que nossas exigências não vão ser cumpridas no tempo previsto (por nós) e confiar que as coisas aos poucos vão se encaixando de um modo que tenha sentido.

4) Dinheiro não é tudo. Claro que muita gente vai dizer que é fácil falar que dinheiro não importa tanto quando se tem saúde e educação gratuitas e de qualidade. Mas é aí que tuuudo faz diferença. Esse é o ponto que mais te deixa tranquilo quanto a viver com o suficiente para ter uma vida mais calma e com capacidade para aproveitar mais e o melhor dela.
Aqui, por exemplo, há muitas atividades culturais gratuitas e há parques e diversas iniciativas que acontecem nas ruas ou em espaços fechados, mas ainda assim acessíveis.
Não tem aquele excesso de ostentação que estava acostumada a ver no Brasil, principalmente com que mal tinha dinheiro. A sensação que tenho é de que lá trabalhamos e nos estressamos tanto, mas tanto que temos que usar o dinheiro da forma mais "atrativa", o que vira consequentemente uma ostentação sem freio. Tem que se ter dinheiro para ir no melhor restaurante, na balada do momento, ter o celular que acabou de lançar e etc. Aqui, a ideia de felicidade está muito mais relacionada a coisas simples, como um dia de sol no parque (principalmente quando se tem tanto frio rs), um café no fim da tarde, poder comprar aquele vinhozinho (de 2 euritos) para degustar e curtir muita, muitas atividades pela cidade.

5) Aprendi a ser mais confiante. Morar fora do nosso país é um teste diário de confiança. Nos vemos em situações na qual tiramos força e coragem que não sabemos de onde. Para mim tem sido um degrau de cada vez para muitas coisas.  Tem o medo do novo e do desconhecido, a falta daquela "ajudinha" familiar, são tantas coisas. Os desafios chegam e é preciso encarar e entender então que querer é poder. Muitas das vezes precisei me redefinir. Tanto nas relações, como comigo mesma. Além disso aprendi a me preocupar menos com que os outros pensam de mim.

6) Estrangeiro é estrangeiro e sempre será. Não importa o que seu documento diga, quantos direitos iguais vc tem com os nativos do país, você não nasceu aqui e trás(para sempre) algo do seu país de nascença que vai te "diferenciar" deles, nem que seja aquele leve sotaque rs. E isso não precisa ser algo negativo, mas sim acrescentado para a convivência. Pq levar a a mal caso se refiram a você como a "brasileira", a "portuguesa", a "japonesa"?! Na loja que trabalhei eu era a única brasileira, e toda vez que queriam lembrar da vendedora aqui era a primeira coisa que se falava "ahh a Brasileira". Ora, é tão óbvio e tão prático tmb. É claro que existe a forma pejorativa da palavra mas nesse aspecto o melhor é ignorar mesmo.

7) Aprendi a ser mais tolerante e mente aberta. Conviver com outras culturas exige, mais do que nada, respeito mútuo. O que é valorizado numa cultura pode ser ignorado em outra. E isso é muito bom pra perceber que o valor das coisas é relativo. Mas criticar é sempre mais fácil, já que tentar entender exige tempo e mente aberta.O choque cultural vai acontecer diversas vezes. Prepare-se. A comida é diferente, as piadas, as referências culturais, tudo é bem diferente. As pessoas com quem convive agora não cresceram vendo os mesmos programas que você, o Faustão ou o Sílvio Santos não são os alvos de chacotas e reclamações dele - e isso faz muita falta na hora de conversar.

8) Misturar línguas é normal. Sempre achei que isso era frescura de quem morava fora um tempo e queria se mostrar, mas não é! hahahaha. Cada vez me vejo “cheia” de expressões e palavras que uso diariamente no português de Portugal. Falo os dois ao mesmo tempo:  tem dias que falo mais com o jeito daqui, outro dia ja to toda patriota. Em menos de 2 minutos eu peço para pegar meu "celular" e logo depois peço para colocar o "telemóvel" no lugar de novo. Uma bagunça total!

9) Eu tenho que me adaptar ao mundo, não o mundo a mim. Pois é, eu estava acostumada a ir sempre no mesmo mercado perto da minha casa, com tudo que conhecia e sempre comprava e em um belo dia eu entro e tá tudo diferente, as embalagens, as marcas, o tipo de comida, as pessoas, o dinheiroooo… haja informação!! Como assim aqui não tem nescau, não tem fandangos, linguiça calabresaaa...vou morreeeeer! Opa, pera, é outro país. O que eu esperava? Um Brasil dentro de Portugal só pq eu to aqui?? Ele não tem que mudar pq eu cheguei, eu preciso mudar e me adaptar pq resolvi está aqui. Sim, eu sei, é um grande exercício de desapego (mas ta aí algo que estamos acostumados a fazer depois que se resolve sair pra conhecer o mundo), você sente falta de coisas que nem imaginava que iria sentir falta algum dia. Mas não tem jeito, faz parte da adaptação do mundo que você escolher viver.
10) Ter orgulho das minhas origens. Normalmente, quando falo que sou brasileira, as pessoas me tratam muito bem,  além de me perguntarem as coisas básicas do Brasil (Copacabana, novelas,carnaval, violência). Mas o bacana é que a recepção aos brasileiros costuma ser positiva sim. E eu fico muito orgulhosa. Sei que o meu país está longe de ser perfeito e eu reclamo muito dele tmb, antes mesmo deles falarem ja to listando tudo de ruim rsrs
Mas a verdade é que nunca pensei que fosse me sentir tão emocionada ao ouvir uma música que faz lembrar o país, um costume, uma gíria, um sotaque na rua. Todo povo tem os seus encantos e você vai descobrir muitos nas pessoas que agora vão ser os seus novos amigos e colegas. Mas aquele gostinho de saudade, empatia e amor pelos nossos vai ser sempre maior do que tudo que fizemos por aqui.

Agora eu quero saber de você que mora no exterior: concorda com algum ponto? O que mais aprenderam por aí?


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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

10 coisas que aprendi (ou não) com o Inverno em Portugal

fevereiro 08, 2018 0 Comments


Como todo brasileiro eu estava bastante curiosa para saber como era o inverno Europeu, ao mesmo tempo que tinha medo por não saber se estava preparada para enfrentar o frio daqui. Eu não estava muito acostumada a sentir frio, principalmente por ter vindo do Rio de Janeiro, em que a "estação fria" dura alguns dias e a mínima não passa muito dos 18º.

Hoje, depois de passar alguns meses (parece 1 ano já rs) no inverno daqui, eu confesso que tem sido uma adaptação, muitas vezes, sofrida. Não que o frio aqui em Braga não seja suportável, dá para passar tranquilamente em comparação a outros países da Europa (pelo que sempre me dizem rs), mas sim, esse tempo pode ser chato, muito chato, daqueles que não te dá vontade de sair de casa.
E mesmo parecendo bem exagerado tudo isso, uma das coisas que eu sempre ouvia e lia é que o inverno causa uma certa "depressão" nas pessoas, especialmente naqueles dias cinzentos e de chuva. Eu concordo e comigo sempre foi assim (antes mesmo de conhecer o inverno daqui), me bate um desânimo e uma nostalgia as vezes. É tenso. Eu, que eu nunca fui uma fã de dias frios sabia que essa seria uma época de grande adaptação e obstáculos para mim.

Aqui em Braga, o clima já começou a ficar frio no meio de novembro, muito embora o inverno só tenha chegado no meio de dezembro. Foi no meio do outono que as temperaturas começaram a baixar para 15, 12º e chegaram até a 10º. Em novembro e especialmente em Dezembro, o normal eram dias com mínimas abaixo dos 9º C. Com toda essa mudança brusca de temperatura que peguei, já que cheguei aqui em pleno abril, com os dias abrindo as portas para o verão, eu venho cada dia aprendendo a conviver da melhor maneira possível com essa nova realidade, uns dias amando e outros odiando. Faz parte.
E em meio a essa oscilação diária venho aqui para falar um pouco sobre os aprendizados (nem tanto) que tive ao viver essa época tão amada (por poucos) e odiada (por tantos) pelas pessoas por esse mundo afora. 

10 coisas que aprendi (ou não) com o Inverno daqui

1) Roupa para sair é quase uma armadura 
Não importa se eu já saí milhões de vezes aqui, toda saída que faço me sinto a exagerada quando vou me vestir. E devo ser um pouquinho mesmo, mas a verdade é que todas as vezes que eu cismava em tentar ser menos frienta eu me arrependia. Por isso, vale a pena sim, vestir uma segunda pele (calça e camisa que se coloca por baixo das roupas, de preferência térmica).Por cima da segunda pele é bom uma camisa de mangas ou um casaco mais leve e só então o casaco de inverno. Esse último casaco vai ficar melhor se for aqueles impermeáveis, a chuva e o vento daqui são um dos grandes vilões na hora de pensar em sair.
 Não esqueça dos acessórios. Lembre-se do gorro, do cachecol e das luvas! Mesmo quando você achar que não vai precisar de algum deles, é bom ter sempre na sua bolsa.


2) Usar luvas
E por falar em acessórios, tem a luva.
Eu sempre achei linda aquelas pessoas com luva, até precisar usar ela no meu dia a dia. 😏
A verdade é que você não está acostumado a usar luvas e a sensibilidade com ela fica bem diferente. Ai, é um saco.
É difícil atender uma ligação,  tirar uma foto, fechar ou abrir o zíper da bolsa, da calça.
 Tenta só apertar o botão na tela do telefone. Não vai funcionar. Aí você tira rapidinho para fazer as coisas básicas e no fim a mão tá congelando e ela perdeu toda a sua função.
Eu quase nunca uso luvas...mas o pior é que sempre me arrependo por não está com elas.



3) Conviver com os choques térmicos
O frio tá de acabar com a coluna na rua e de repente você entra em um estabelecimento comercial e sente aquela baforada quente do aquecedor. É um extremo desequilíbrio entre o frio e o calor. Cuidado, pq não há saúde que aguente. Sempre me aconselham quando entrar em ambientes fechados, tirar o casaco. Eu sei que às vezes é difícil, a gente está com frio e resiste à ideia de tirar o que nos esquenta naquele momento mas a verdade mesmo é que é bem mais rápido o seu corpo aquecer sem tanta roupa dentro de um lugar quente, sem falar ainda que você não corre o risco de depois de tá quase suando precisar encarar o frio de novo.


4) Cuidar da pele
Se tem uma coisa que nunca me preocupei nesses 30 anos de vida (desculpem dermatologistas, eu sei que sou muito relapsa mesmo) foi com cuidados com a pele. Eu até usava hidratantes no corpo mas nunca tive um ritual para isso. Usava sempre que lembrava, que ia sair ou quando (e principalmente) as pernas iam ficar de fora..enfim, de forma bem aleatória mesmo.
Mas aqui não, nesse inverno não!
 A verdade é que como o frio, a nossa pele é a primeira a sentir e ainda tem alguns pontos mais sensíveis, como as mãos. Mesmo com luvas (aff), acho que nunca usei tanto creme de mão na vida como agora.  Aonde eu vou, levo na bolsa um creme específico para hidratar elas e para o corpo até durante o banho eu uso. Depois, neeem se fala.
Ainda tem para o rosto e aquele hidratante para os lábios. Que diferença. 



5) Consultar a previsão do tempo antes de sair
Vai chover? Tem muito vento? 
Essas são as principais informações que eu sempre preciso saber antes de começar a escolher a armadura do dia, ops, a roupa que vou sair. Ah, tem aquele termômetro caseiro, que eu dou uma olhadinha toda hora. Isso também ajuda bastante. E aquele aplicativo de temperatura instalado no celular? Não vivo sem.


6) Lavar louça ou tomar banho dá um ânimo a mais 
Pode parecer estranho (e é mesmo) mas aquela aguá quentiiinha na hora de lavar a louça facilita os afazeres da casa depois, o corpo fica mais quentinho e você consegue organizar sua vida com muito mais disposição. Parece não ter muita lógica, mas fazer o que, dá certo comigo.
 Sim, eu nunca pensei que iria dizer isso, mas eu gosto de lavar louça aqui, no frio. (Palmas!!)
E o banho é a mesma coisa... quando bate aquela preguiça da vida, para dar aquele ânimo  eu tomo logo um banho quente e faz toda a diferença. O difícil é só começar o banho e depois sair dele.
Ah essa parte do banho não conta muito para quando você vai sair de casa logo, claro. O ideal é tomar banho bem antes, pq de choque térmico já basta aquele do item 3.



7) Um cômodo da sua casa é suficiente para viver
Já li em muitoslugares que as casas em Portugal não tem muita estrutura para aguentar o frio no inverno. Pois é, sinto isso na pele. Aqui não temos aquele aquecimento na casa toda, então vivemos com aquecedores elétricos mesmo. Até aí beleza, o cômodo escolhido fica delicinha e a gente vive de boas, até queeee .... bate aquela vontade de ir no banheiro e você lembra que até chegar la tem um corredor frio e o próprio banheiro, que tá no clima ambiente tmb.
 A vontade que eu tenho é de andar com um aquecedor portátil pra onde eu for (será que existe um?). Tô pensando até em comprar um frigobar e colocar na minha sala, assim nem na cozinha vai ser preciso ir.  😂



8) Sol não é sinônimo de quentinho
Se você é como eu e acha (no caso, achava né) que só porque o sol apareceu não está tão frio assim, esqueça. Triste ilusão é entender que ao ver, pela janela, um dia lindo lá fora, o frio tá mais ameno. É cilada, Binoo!
Já cansei de pensar assim: Ai que bom, solzinho!  Enfim eu posso sair com menos casacos hoje!" E ao sair de casa, perceber que o sol é só um enfeite no céu. 😓
Acredite, pode estar tão frio quanto o dia anterior ou até mais gelado ainda.



9) Café é sobrenome de português (e meu tbm)
Se no Rio de Janeiro, principalmente no subúrbio de onde eu vim, boteco é aquele lugar que você encontra em cada esquina. Aqui é a cafetaria. Em todo canto, a qualquer hora, você pode encontrar um lugar para tomar aquele cafézinho. Se antes de vir para cá eu já considerava que tomava muito café, aqui, é tipo água. Nem o chocolate quente é tão gostoso como aquele cafézinho para esquentar nos dias frios daqui.



10) Dá para ser feliz com o frio (não todos os dias)
É árduo, mais dá para viver.  
No fim, os dias de sentir o rosto dormente de tanto frio e o vento que te faz lacrimejar estão próximos de acabar. E aí vem a primavera, o clima fica mais ameno e logo logo o verão de novo. São 3 meses looongos que passam. E pasmem, vai até bater saudade de acender a lareira, colocar aquela roupa mais chique que você só usa em um dia frio, poder sentar naquele restaurante todo no clima, com fogo para aquecer. 
E aí vai começar a época de reclamar do calor, do suor, do sol quente na cabeça..e por aí vai.  




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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Primeiro emprego em Portugal

fevereiro 06, 2018 0 Comments



Depois de quase 10 meses morando em Portugal, consigo ENFIM compartilhar com vocês como foi minha busca por emprego e a  primeira experiência de trabalho por aqui.

Para aqueles que me conhecem, já sabem que no Brasil eu me formei em jornalismo e apesar de não exercer por um tempo a profissão lá, eu sabia que quando estivesse cá não atuaria imediatamente na área também (ou em algo próximo) e que seria um total recomeço. E foi.
Primeiro precisei aguardar quase 5 meses para ter meu cartão de residência e assim começar a minha busca por algo profissional. Eu não tinha muito ideia do que iria fazer, o que ia encarar pela frente, se teria aceitação rápida, enfim, a verdade é que eu queria muito viver uma experiência de trabalho, conhecer pessoas, está na ativa de novo, não foquei muito em como seria todo o trajeto para isso eu só queria começar a agir algo para mim, pela primeira vez aqui.
Resolvi testar mandar uns currículos para algumas (poucas ainda) lojas de um shopping que tinha bem perto de onde morávamos e foi assim que começou essa nova jornada.
 Logo recebi duas ligações, a primeira foi para um telemarketing e a segunda foi para um loja de perfumes, a Boticário, uma loja muito conhecida por nós brasileiros. Eu adorei receber de cara esses dois "sim" (pelo menos pra entrevista), pois ali eu percebi que era possível. Eu tinha de fato muito medo dessa recepção, era tudo tão novo e eu mal sabia por onde começar.
Por isso resolvi fazer esse post, vejo muita gente preocupada com essa questão antes de vir para cá e é sempre bom ler as experiências de outras pessoas.
'
👉"Como fazer um currículo que interesse empresas daqui?"

Essa foi minha primeira dúvida quando decidi que ia encarar essa. Uma pergunta que martelava na minha cabeça tanto, mas tanto, que muitas vezes eu não conseguia sair do meu nome quando começava a preparar um currículo. 
A verdade é que eu não conseguia ver muito sentido em escrever as minhas experiências no Brasil, achava que não ia interessar muito os recrutadores daqui. 
Mas então o que teria para mostrar que chamaria a atenção para conseguir alguma vaga de emprego? No fim, optei em escrever apenas algumas experiências básicas de vendas, de comunicação, uns cursos que tinha feito e fazia um pouco de ligação com as vagas que iria começar a buscar e não dei muito destaque a minha formação. Preferi enfatizar o fato de ter disponibilidade de horário, legalidade no país e permissão de trabalho. 
Eu não sei se esse é o modelo ideal mas surtiu efeito bem rápido pois logo na semana seguinte tinha recebido as duas primeiras ligações de entrevista. Foi tudo bem depressa e quando vi estava sentada numa mesa com pelo umas 10 meninas ( eu e mais uma brasileira e 8 portuguesas, fofas e jovens *aham me senti a tiazona em alguns momentos) para uma entrevista em grupo. Eu confesso que o fato da vaga ser para uma empresa brasileira me fez ter um pouco mais de confiança.
Resultado disso, fui contratada!

Ah, é importante dizer que usei o modelo de currículo Europass. Eu achei um modelo bem simples e de fácil compreensão (confesso que não achei tãaaao diferente do meu brasileiro não, enfim.) Aqui tá o link que explica melhor sobre esse modelo. 
http://europass.cedefop.europa.eu/pt

👉Minha experiência e desafios

Antes de começar o trabalho propriamente dito, a maioria das empresas oferecem alguns dias de formação, que é um período quando eles explicam sobre as politicas da empresa, sua história e o serviço no geral. É uma espécie de pré-trabalho. No meu caso, foi o tempo de respirar e entender que eu podia fazer aquilo. Foram 4 dias também para perder um pouco o medo de falar e acabar sendo mal interpretada. Pois é, a língua, aquela "facilidade" que temos é também uma grande pegadinha para nós brasileiros que moram em Portugal. E por já ter vivido essa pegadinha no meu dia a dia nos meses anteriores ao trabalho eu estava um tanto receosa,afinal de contas tinha que lidar com o público, falar com eles, convencê-los sobre o que eu estava vendendo. 
Não é fácil. E não foi. 
Vc deve pensar: mas nossa, parece que la eles falam inglês e ela não entende nada." Pois é, se fosse inglês a complicação seria um outro nível, de fato, mas o problema aqui é que temos expressões diferentes e palavras iguais que significam coisas completamente diferentes. Esse último detalhe, por exemplo, te fazem cometer gafes bem chatinhos, principalmente se tratando de clientes exigentes, não é mesmo? Ai ai, sim, era só o que eu pensava. 
Não foi mole começar, mas esses dias foram de grande valia para mim, pude conhecer um pouco mais da forma como se trabalhava, os produtos com que ia trabalhar (apesar de eu achar que manjava tudo de Boticário né? ha-ha doce ilusão...aquela loja era um mundo de produtos, ÓPVIO rs), as colegas de trabalho com quem ia lidar todos os dias e aprender a vender, claro. 
**Fica aí a dica pros RHs brasileiros, dias de estudos do trabalho, um preparo antes de jogar aquele pobre novato de cara num trabalho novo, cheio de gente ja dominando tudo.
 Ponto pros portugueses hein (ou europeus, não sei)....rs

Depois desse aprendizado, era hora de começar a trabalhar.
 Cada dia foi um aprendizado, um passo a mais dado. Enfim a confiança começava a dar suas caras. Eu estava mais interada dos produtos, da equipa (aqui se chama assim, ja viu que um A muda as coisas né?), mais confortável em vender e logo aquele trabalho foi me ajudando a dismistificar todos aqueles medos que tinha no início: "Será que vou ser a excluída no local de trabalho?", "As pessoas vão entender o que falo", " Os clientes vão gostar de ser atendidos por uma brasileira?"...e assim vai. Tudo no seu tempo, minha mãe sempre me dizia quando adolescente rsrs. E não é que é verdade?

Não vou mentir que é fácil, o ritmo de trabalho, a forma como se encara a vida aqui, a abordagem com os clientes, as conversas informais do dia a dia(que muitas vezes para nós parecem formais demais),  são bem diferente da que estava acostumada, mas eu estava disposta a aprender e viver aquela experiência. Reconheci o quanto sou corajosa por estar ali. Aos poucos tive a certeza que era capaz e completei meus quase 4 meses de trabalho muito satisfeita. 
Eu ainda não tenho como descrever minha realização pessoal de ter ultrapassado essa barreira, só sei que hoje me sinto confiante para encarar novos desafios onde quer que eu esteja. O início nunca é tão confortável mas a verdade que desde que saímos do nosso país sabemos o que é não está na nossa zona de conforto todos os dias e em diversas situações. E trabalho é só mais uma dela. 
Então é isso, mais uma vez é preciso encarar e dar esse primeiro passo. 
Eu dei e não me arrependo um minuto disso. 
Agora é hora de ir em busca de mais....sempre mais.



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Um guia prático, direto e simples para você que decidiu morar legalmente em Portugal, chegou em terras lusitanas e não sabe por onde começar os trâmites burocráticos.
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