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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Primeiro emprego em Portugal




Depois de quase 10 meses morando em Portugal, consigo ENFIM compartilhar com vocês como foi minha busca por emprego e a  primeira experiência de trabalho por aqui.

Para aqueles que me conhecem, já sabem que no Brasil eu me formei em jornalismo e apesar de não exercer por um tempo a profissão lá, eu sabia que quando estivesse cá não atuaria imediatamente na área também (ou em algo próximo) e que seria um total recomeço. E foi.
Primeiro precisei aguardar quase 5 meses para ter meu cartão de residência e assim começar a minha busca por algo profissional. Eu não tinha muito ideia do que iria fazer, o que ia encarar pela frente, se teria aceitação rápida, enfim, a verdade é que eu queria muito viver uma experiência de trabalho, conhecer pessoas, está na ativa de novo, não foquei muito em como seria todo o trajeto para isso eu só queria começar a agir algo para mim, pela primeira vez aqui.
Resolvi testar mandar uns currículos para algumas (poucas ainda) lojas de um shopping que tinha bem perto de onde morávamos e foi assim que começou essa nova jornada.
 Logo recebi duas ligações, a primeira foi para um telemarketing e a segunda foi para um loja de perfumes, a Boticário, uma loja muito conhecida por nós brasileiros. Eu adorei receber de cara esses dois "sim" (pelo menos pra entrevista), pois ali eu percebi que era possível. Eu tinha de fato muito medo dessa recepção, era tudo tão novo e eu mal sabia por onde começar.
Por isso resolvi fazer esse post, vejo muita gente preocupada com essa questão antes de vir para cá e é sempre bom ler as experiências de outras pessoas.
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👉"Como fazer um currículo que interesse empresas daqui?"

Essa foi minha primeira dúvida quando decidi que ia encarar essa. Uma pergunta que martelava na minha cabeça tanto, mas tanto, que muitas vezes eu não conseguia sair do meu nome quando começava a preparar um currículo. 
A verdade é que eu não conseguia ver muito sentido em escrever as minhas experiências no Brasil, achava que não ia interessar muito os recrutadores daqui. 
Mas então o que teria para mostrar que chamaria a atenção para conseguir alguma vaga de emprego? No fim, optei em escrever apenas algumas experiências básicas de vendas, de comunicação, uns cursos que tinha feito e fazia um pouco de ligação com as vagas que iria começar a buscar e não dei muito destaque a minha formação. Preferi enfatizar o fato de ter disponibilidade de horário, legalidade no país e permissão de trabalho. 
Eu não sei se esse é o modelo ideal mas surtiu efeito bem rápido pois logo na semana seguinte tinha recebido as duas primeiras ligações de entrevista. Foi tudo bem depressa e quando vi estava sentada numa mesa com pelo umas 10 meninas ( eu e mais uma brasileira e 8 portuguesas, fofas e jovens *aham me senti a tiazona em alguns momentos) para uma entrevista em grupo. Eu confesso que o fato da vaga ser para uma empresa brasileira me fez ter um pouco mais de confiança.
Resultado disso, fui contratada!

Ah, é importante dizer que usei o modelo de currículo Europass. Eu achei um modelo bem simples e de fácil compreensão (confesso que não achei tãaaao diferente do meu brasileiro não, enfim.) Aqui tá o link que explica melhor sobre esse modelo. 
http://europass.cedefop.europa.eu/pt

👉Minha experiência e desafios

Antes de começar o trabalho propriamente dito, a maioria das empresas oferecem alguns dias de formação, que é um período quando eles explicam sobre as politicas da empresa, sua história e o serviço no geral. É uma espécie de pré-trabalho. No meu caso, foi o tempo de respirar e entender que eu podia fazer aquilo. Foram 4 dias também para perder um pouco o medo de falar e acabar sendo mal interpretada. Pois é, a língua, aquela "facilidade" que temos é também uma grande pegadinha para nós brasileiros que moram em Portugal. E por já ter vivido essa pegadinha no meu dia a dia nos meses anteriores ao trabalho eu estava um tanto receosa,afinal de contas tinha que lidar com o público, falar com eles, convencê-los sobre o que eu estava vendendo. 
Não é fácil. E não foi. 
Vc deve pensar: mas nossa, parece que la eles falam inglês e ela não entende nada." Pois é, se fosse inglês a complicação seria um outro nível, de fato, mas o problema aqui é que temos expressões diferentes e palavras iguais que significam coisas completamente diferentes. Esse último detalhe, por exemplo, te fazem cometer gafes bem chatinhos, principalmente se tratando de clientes exigentes, não é mesmo? Ai ai, sim, era só o que eu pensava. 
Não foi mole começar, mas esses dias foram de grande valia para mim, pude conhecer um pouco mais da forma como se trabalhava, os produtos com que ia trabalhar (apesar de eu achar que manjava tudo de Boticário né? ha-ha doce ilusão...aquela loja era um mundo de produtos, ÓPVIO rs), as colegas de trabalho com quem ia lidar todos os dias e aprender a vender, claro. 
**Fica aí a dica pros RHs brasileiros, dias de estudos do trabalho, um preparo antes de jogar aquele pobre novato de cara num trabalho novo, cheio de gente ja dominando tudo.
 Ponto pros portugueses hein (ou europeus, não sei)....rs

Depois desse aprendizado, era hora de começar a trabalhar.
 Cada dia foi um aprendizado, um passo a mais dado. Enfim a confiança começava a dar suas caras. Eu estava mais interada dos produtos, da equipa (aqui se chama assim, ja viu que um A muda as coisas né?), mais confortável em vender e logo aquele trabalho foi me ajudando a dismistificar todos aqueles medos que tinha no início: "Será que vou ser a excluída no local de trabalho?", "As pessoas vão entender o que falo", " Os clientes vão gostar de ser atendidos por uma brasileira?"...e assim vai. Tudo no seu tempo, minha mãe sempre me dizia quando adolescente rsrs. E não é que é verdade?

Não vou mentir que é fácil, o ritmo de trabalho, a forma como se encara a vida aqui, a abordagem com os clientes, as conversas informais do dia a dia(que muitas vezes para nós parecem formais demais),  são bem diferente da que estava acostumada, mas eu estava disposta a aprender e viver aquela experiência. Reconheci o quanto sou corajosa por estar ali. Aos poucos tive a certeza que era capaz e completei meus quase 4 meses de trabalho muito satisfeita. 
Eu ainda não tenho como descrever minha realização pessoal de ter ultrapassado essa barreira, só sei que hoje me sinto confiante para encarar novos desafios onde quer que eu esteja. O início nunca é tão confortável mas a verdade que desde que saímos do nosso país sabemos o que é não está na nossa zona de conforto todos os dias e em diversas situações. E trabalho é só mais uma dela. 
Então é isso, mais uma vez é preciso encarar e dar esse primeiro passo. 
Eu dei e não me arrependo um minuto disso. 
Agora é hora de ir em busca de mais....sempre mais.



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↠ Mudei para Portugal. E agora??!!
Um guia prático, direto e simples para você que decidiu morar legalmente em Portugal, chegou em terras lusitanas e não sabe por onde começar os trâmites burocráticos.
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